Neste 1º de Dezembro, pessoas no mundo todo se mobilizam com o Dia Mundial da Luta Contra a AIDS. Sabendo que Chic também é se informar e se cuidar, conversamos com Bia Bertani Lopes da Costa, engajada agente da Pastoral da AIDS de Primavera do Leste, que nos fala sobre o árduo trabalho de conscientização e dados sobre a doença em nossa sociedade...
Qual o atual quadro da doença em Primavera?
Isto é algo que realmente nos preocupa. Segundo recente pesquisa feita pelo SUS, Primavera do Leste é a segunda cidade em Mato Grosso com mais registros de soro positivo. Ficamos atrás apenas da capital, proporcionalmente falando. No Brasil, estima-se que hoje são mais de 530 mil infectados. E aí entra nosso trabalho de não só dar assistência a quem tem a doença, como evitar o crescimento dos casos, o que é fruto de preconceitos e tabus.
A Pastoral é ligada à Igreja Católica, que tem um posicionamento polêmico com relação à camisinha. Como acontece esta atuação?
Primeiramente, a Igreja se opõe ao preservativo como contraceptivo, já que é contra se interromper a possibilidade de uma nova vida. Mas assim como o trabalho das outras Pastorais Sociais, nosso dever é cuidar do bem estar das pessoas, pregando a saúde. Sem entrar na questão moral, nosso objetivo é que as pessoas se cuidem na relação sexual. É muito importante, por exemplo, o uso do preservativo, mesmo por um casal soro positivo. Mesmo os dois tendo AIDS, a relação sem proteção só faz potencializar a doença, aumentando o risco de vida. Vale lembrar que mesmo estando ligados à Igreja Católica, trabalhamos sem distinção religiosa. Inclusive, temos muitos voluntários de outras religiões.
A AIDS já foi considerada uma doença de gays e jovens. Como estão os grupos de risco hoje?
Certamente hoje não existe grupo, e sim comportamento de risco. A AIDS está presente em todas as classes sociais, faixas etárias e biotipos. Para se ter uma ideia, é grande o número de idosos infectados. Isso porque as pessoas com mentalidade mais conservadora não admitiam o uso do preservativo; Recentemente participamos de uma ação com a Policia Rodoviária Federal e ao oferecer camisinhas a um caminhoneiro ele recusou, alegando que não poderia explicar para a esposa o por que carregava. E aí que está, um homem que passa maior parte do tempo na estrada pode vir a ser infiel. Mas sua saúde fica em risco pelo tabu.
Uma vez que se pegue AIDS o que muda na vida da pessoa?
Praticamente nada, desde que seja diagnosticado antes. O vírus HIV propriamente dito não mata, mas expõe a pessoa a graves doenças, já que danifica o sistema imunológico. Portanto, se a pessoa se cuidar tomando os medicamentos corretos, cuidando da saúde, vai passar a vida sem sofrer com os males da doença. Lembrando que existem também os portadores em que o vírus não se manifesta, podendo passar anos sem saber ser soro positivo, mas podendo contaminar muitos parceiros. Hoje em dia o Brasil é referência no tratamento, já que o SUS fornece toda medicação necessária para diferentes casos com uma criteriosa política de sigilo.
Qual o recado da Pastoral nesta data?
Além de tudo o que eu falei, quero pedir para as pessoas se prevenirem. Deixarem de lado os preconceitos e usarem camisinha nas relações de risco. A AIDS não tem cara, podendo qualquer um ser portador; E é muito importante fazer o teste, que é gratuito e extremamente sigiloso. Só quando as pessoas se cuidarem mais e olharem para esta doença com a devida atenção é que o preconceito vai acabar. Qualquer dúvida, procurem nosso Centro de Atendimento, com reuniões mensais no Centro de Catequese da Paróquia São Cristóvão.
Agentes voluntários da Pastoral durante manifestação na manhã deste sábado, Dia Mundial da Luta Contra AIDS
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